Evalon: O adaptar de um lobo

Qua Abr 01, 2020 1:40 am

Essa é uma historia pertencente ao universo de Evalon, podendo ou não ser relevante nas historias futuras.

No meio em que eu fui criada seguimos três regras principais.

Você tem que agir de acordo com a alcateia.

Você tem que dar tudo de si para fazer ela funcionar.

Você deve proteger o líder com a sua vida.

Desde que Ortren se afiliou ao meu povo, nosso líder sempre esteve em mudança. Antes o lobo líder, agora o imperador, não importa, nosso trabalho ainda é o mesmo, proteger o líder da alcateia.

Porem eu fui uma falha em minha linhagem. Enquanto meus ancestrais tinham ninhadas de pelo menos dois filhos eu já nasci filha única, minha mãe ficando estéril e meu pai morrendo antes do cogitar ter um segundo filho.

Uma mulher como herdeira do clã Okami é quase que uma piada. Mesmo estando na origem das fêmeas o instinto protetor, eu deveria ser o símbolo de um futuro maior, principalmente vendo que todos os nossos líderes eram grandes samurais, tanto em aspectos físicos quanto em feitos históricos.

Aos dezesseis anos foi cotada inicialmente a ideia de arrumarem uma nova família para representar meu clã. Eu ia ser colocada de lado enquanto um lobo maior tomaria o lugar, tudo isso por ser fraca, nem ao menos minhas capacidades de ataque eram boas.

Mesmo treinando desde meus oito anos combate com alabardas e lanças, isso não serviria para um líder. Um líder de meu clã de fato deveria conseguir atacar, mas ao mesmo tempo deveria aguentar uma explosão magica como se não fosse nada.

Meu corpo é fraco e eu não nasci para ser forte. Fora vasculhando livros ingleses eu encontrei a esperança em um fenômeno biológico chamado “Regra de Bergmann”.
Tal regra é um quesito imposto por uma condição climática, pelos relatos, animais originários de climas frios são maiores enquanto os de clima quente menores. Só isso foi o suficiente para eu ir atrás de me adequar a essa regra.

Após a parte simples ser providenciada, eu solicitei uma audiência com Shikibu, ele me ajudou e acelerou meu processo de adaptação com seus selos mágicos em troca de favores futuros.

Me afastei por quase três anos de minha família, até achavam que eu tinha morrido, mas a realidade era outra, eu estava em um local afastado, usando roupas curtas e equipada apenas de uma lança.

O clima normal do local selecionado a dedo era em torno de menos trinta graus célsius, a neve era frequente e dela eu garantia a agua, já as comidas vinham de outras formas.

Pescaria era algo difícil no começo, mas com o tempo meus olhos se acostumaram, mas o real inimigo desses longos anos foram ursos de ossos azuis.
No primeiro confronto com um eu sai tão ferida que tive que rolar no gelo para que o sangue parasse de coagular com o frio. No fim de tudo eu construí um cemitério de animais por onde meu sangue escorreu.

De minhas cicatrizes eu obtive experiência, de minhas lesões resistência, de minhas lutas diárias por sobrevivência o que me faltava.
Voltei para casa, irreconhecível para todos. Quando fizeram as medidas, minha altura aumentou para dois metros, minha carga muscular quase que quadruplicara e o meu posto como representante do clã Okami agora estava oficializada.

Nomeada pelo próprio shogun da família Kitsune, eu me tornei uma nova pessoa, um ser renascido de uma jornada própria.

Temu Okami, a Predadora Acinzentada. Um título digno para um ser como eu.