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Yunxuo
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[One-Shot] Elizabeth Empty [One-Shot] Elizabeth

Seg Abr 19, 2021 7:13 pm
Em um campo esverdeado, de baixa grama, situado em uma bela e majestosa planície mesclada com moderadas altitudes geográficas, amado pelo vento, e também onde o sol reinava majestosamente com sua luz nem tão quente e nem tão gélida, apenas o confortavelmente ideal, e a lua dançava junto às suas estrelas, ao som do cantar dos seres ortópteros junto ao doce som das águas de um riacho que passava pelo local. A melodia dos ventos passando pelas copas das árvores as faziam dançar junto com os alegres e esplendorosos corpos celestes. A lua, com a sua dança luminosa, acalmava quem a observava, todos que estavam tristes a olhavam e sentiam conforto, os alegres apraziam-se e por ela todos tinham amor. Os mais antigos a chamavam de A Mãe da Noite.

          Nesse belo e místico lugar morava uma família onde o pai esbelto com cabelo escuro, que fazia contraste com sua pele brilhante como a luz de uma lamparina, tinha uma figura digna de um rei. A mãe, de uma delicadeza e nobreza inigualáveis, tinha um cabelo castanho num tom escuramente claro, a sutil luminescência em sua pele leitosa ao luar davam a ela uma beleza inexplicável. A filha, ainda criança, tinha as características corporais de sua mãe com um sorriso resplandecente, e de uma pureza divina que iluminava até o mais escuro abismo. Essas eram características próprias da garota. O olhar doce e inato dela tinha uma perfeita combinação com o olhar determinado do pai quando ela resolvia que faria algo.

          Um dia a mãe chama a garota, cujo nome era Elizabeth, e lhe entrega uma semente de uma rosa arbustiva vermelha. Ela disse à menina que aquela era uma belíssima flor e a aconselhou a plantar em um lugar no qual ela poderia ver sempre. Seguindo o conselho da mãe, a criança chamou o pai para ajudá-la a plantar sua primeira flor. O pai, claramente feliz com o momento, ajuda e aconselha a filha no que deve ser feito para cuidar da planta. A menina resolve colocar a planta em uma colina que havia bem próximo à casa, já que ela conseguiria ver a rosa de seu quarto, e também, na maioria dos lugares que ela estivesse, seja em casa ou fora dela.

          A garota tinha um carinho especial pela planta. Todo dia, após tomar seu café da manhã, ela ia regar a flor diligentemente e até a nomeou, chamou-a de Ellie. O sol ficava sempre feliz ao ver a animada e sorridente garota todos os dias sair sempre saltitante e sorridente de uma estranha estrutura de madeira, que ela chamava de "casa" em suas histórias contadas à Ellie, então, para ver a garota feliz, o sol resolveu brilhar intensamente para que a flor crescesse ainda mais bonita. A lua amava ver a garota dócil e brilhante deitada ao lado de uma flor, observando a lua e as estrelas dançando no céu escuro, enquanto tentava contar as estrelas acompanhando a lua em sua dança. Algumas vezes, a garota também contava as histórias que sua mãe lhe contara na noite anterior, antes dela ir dormir. A lua, tão logo, brilhava ainda mais intensamente para que, mesmo da janela de seu quarto, a menina pudesse ver com clareza a flor e mostrar à lua, uma última vez naquele dia, o sorriso tão puro e extrovertido que a ela tanto amava.

          O sol e a lua simplesmente adoravam ver aquela menina que contagiava a todos com a sua simplicidade. Mas, um dia as nuvens pesadas e escuras encobriram o céu e derramaram uma fortíssima chuva naquele vasto e belo campo, o sol e a lua não puderam ser vistos por dois dias. A garota desesperada tentou salvar sua amada Ellie de tal mal abominável que, aos poucos, ia fazendo-a sumir, mas seus pais tentavam impedi-la, pois era muito perigoso lá fora. A menina, outrora sorridente e alegre, encontrava-se agora em seu quarto, triste e chorando por não poder fazer nada em tal momento desesperador. Seus pais também tristes por a vê-la em um estado atípico, tentaram animá-la novamente. Sua mãe sempre levava-lhe um chá ou uma sopa e contava-lhe histórias para fazê-la sentir-se melhor. Já seu pai sempre brincava de boneca e casinha com ela, além de ler livros para tentar fazê-la feliz novamente, contudo, por mais que isso confortasse um pouco, ela ainda sentia-se infeliz por olhar pela janela e não poder mais ver o sol majestoso com seu calor aconchegante iluminando o céu, ou a lua dançando para alegrar a noite; os ventos, agora agitados, passaram a fazer as árvores ao invés dançarem, correrem agitadas por causa do caos.

          Então, alguns dias se passaram desde que a chuva parou. Agora, o sol já brilha novamente no céu, os campos voltaram a ser verde brilhante. Elizabeth, então, sai para onde ficava sua amada Ellie, senta e começa a lembrar-se de tudo que fez junto à planta. Lembra-se das vezes em que deitou e observou a lua brilhar branco no céu preto; lembra de contar histórias à ela, ler alguns contos ao lado dela e algumas outras coisas. Elizabeth então vai para sua casa, entra no seu quarto, e ainda às luzes do crepúsculo da tarde, ela se deita e dorme. Ainda à noite, ela acorda, se levanta e olha para a janela e tudo o que vê é uma colina verde má iluminada, pela luz lunar. Ela então resolve sair para sentar-se ali novamente. E ao continuar lembrando os seus momentos com a Ellie, ela recosta sua cabeça em seus joelhos envoltos em seus braços e começa a chorar. Um homem com um capuz na cabeça que não lhe tampava o rosto que passava por ali, vê uma garota de cabeça baixa e resolve saber o que aconteceu . Ao chegar ao lado da menina, que não o havia percebido, ele se senta e pergunta: "Garota, por que estás a chorar?" Elizabeth, então, assustada vira-se e vê um homem ao seu lado. Ele não parecia ser alguém mau, pelo contrário, mesmo sem sorrir, ele exibia um rosto acolhedor, o que a fazia sentir-se livre para  contar-lhe o que se passava dentro dela, portanto ela disse: "A flor que eu tanto amei e tão carinhosamente cultivei foi levada pela chuva..." Ao terminar de falar, ela volta a sua cabeça em direção ao chão e começa a derramar lágrimas de seus tão largos e meigos olhos. O homem, ao sentir a tristeza da garota, tenta aliviar sua dor dizendo: "Entendo como se sente, perder algo que você tanto ama tão de repente realmente dói. Mas, na vida, tudo é assim, desde as plantas que nascem e morrem até os nossos entes mais queridos . Bem, não há nada que possamos fazer quanto a isso. No entanto, uma vez um velho sábio me disse que todos querem viver por mais alguns anos, mas se você não aproveita o máximo a sua vida, você não merece viver nem mais um segundo. O mesmo pode ser dito nesta situação, se você não aproveitar o máximo que você puder ao lado de quem ou daquilo que ama, você não merece viver perto dela. O que importa são nossas lembranças enquanto vivo. Honre a morte do que você ama com lembranças e vivendo o melhor possível, pois na certa quem ou que você ama sempre quis o seu melhor. Não esqueça, enquanto estiverem vivos em sua memória, serão eternos" Então o sol começa a raiar no horizonte, e o homem olha para o espaço entre ele e a garota e vê um broto nascendo. Tão logo ele diz: "Parece que a sua flor te deixou lembranças". A garota segue o olhar do homem, e percebe que bem no lugar onde antes vivia Ellie, agora há outro broto nascendo, e a faz lembrar de quando Ellie começou a germinar. O brilho volta aos seus olhos e a chama da felicidade arde mais uma vez em sua alma. O homem vê o resultado das coisas, levanta-se e sai. Elizabeth despede-se do homem com um sorriso caloroso, que deixa o mesmo feliz e de costa acena com a mão. Elizabeth então vai correndo alegremente para casa. Seus pais, que não entendem bem o que está acontecendo, mas que ficam alegres ao vê-la feliz, estão arrumando a mesa para o café da manhã e a recebem com um caloroso abraço.

          Ao terminar de comer, Elizabeth vai correndo em direção a sua nova rosa, Lilia, deixada por Ellie, e passa a regá-la diligentemente como fazia antes. Ela percebe que mesmo de momentos ruins podem surgir coisas boas. Então o Sol volta a brilhar, retorna também a dança do luar e o vento outrora agitado, agora leva as árvores a dançar.
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