Sempre esperando por você.

Finalmente vou fazer a Eri estudar, ela precisa de no mínimo um 7 para passar e não precisar estudar durante o festival. Foi necessário que eu ligasse para ela e marcasse de agente se encontrar na Biblioteca, e mesmo assim ela ainda ficou inventando desculpas, —Então fazendo uma expressão de afeto. Realmente ela é incrível, consegue sorrir em uma situação como essa, e ainda dizer que ela acidentalmente se colou no cobertor.
Então andei até próximo da biblioteca da cidade, ela era alta provavelmente dois andares, mas só se usa um sabe-se lá o porquê. Chegando lá ela ainda não havia chegado ou pelo menos eu não a vi ainda, tinham algumas estantes de livros e algumas coisas de geografia empoeiradas, como um mapa mundi na parede um globo. Os livros tinham os mais variados gêneros, os romances sempre me atraiam então eu fui a uma prateleira e peguei um livro, seu nome era...
Em um estante Eri pulou e me deu um abraço apertado pelo pescoço, quase tive um treco.
—Eri, você sabe que aqui nós temos que fazer silencio.
Neste mesmo momento o guarda que ficava junto a porta quase dormindo disse de longe—Não tem problema só tem vocês dois que vem aqui a dias.
Realmente o lugar parecia nem ser visitado por ninguém, o que é uma pena afinal a biblioteca tinha um charme só dela, ela até possuía uma vitrola em exibição isso é raro hoje em dia.
—Ei!
—A Desculpa Eri eu me perdi nos meus pensamentos.
—E o senhorio estava pensando em quem ou melhor no quê?
—Não importa, hoje você não me escapa. A senhorita precisa estudar para passar.
—Taaaa, mas vou logo avisando que eu tenho dificuldade em matemática e em biologia. —Ela se sentou na cadeira e esticou os pés cruzando-os sobre o piso do chão e apoiando-os sobre o calcanhar.
—Bom vamos começar.
Passei muito tempo ensinando ela, as vezes isso me lembra de Eviy afinal eu também cheguei a ensina-la, mas isso já não importa muito.
Eri parecia inquieta, e de vez enquanto ela fazia força quase como se fosse espremer seu cérebro, mas ela é inteligente e aprendeu rápido a matéria de matemática, o problema dela é que ela odeia se esforçar em algo, e que é preguiçosa.
Às vezes eu me pergunto se foi uma boa ideia estar namorando com ela. Afinal eu não tenho nada a oferecer. Se eu fosse inteligente, talvez eu pudesse ajudar ela melhor na escola, mas eu sou um aluno mediano.
Se eu tivesse dinheiro, talvez pudesse ajudar ela com aulas de reforço ou algo do tipo.
—Pronto acabei!!!!—Ela se encostou na cadeira e deu um grande espreguiço com os braços para cima.
—Muito bem vou dar uma olhada.
Então para causar pânico corrigi as atividades e olhava para seu rosto. E ela se levantou e veio.
—Vai me fala logo deixa de maldade comigo. —Ela franzia o rosto como um gatinho abandonado.
—Calma cada coisa tem seu tempo.
—Vai logo.
—Está bom até onde eu vi está tudo certo você não errou nada.
—Aeeeeee!!! ––Com um grande pulo do chão.
—Ei! eu já disse que estamos numa biblioteca.
E lá de longe o vigia gritou. —E eu já disse que só tem vocês aqui hoje!
Nós dois olhamos para ele e então olhamos um para o outro e rimos muito daquilo. Então eu me levantei da cadeira e disse.
—Vamos pega a suas coisas, como você acertou tudo no fim vamos a uma sorveteria.
—Aeeeeee! Dessa vez eu quero um açaí.
Então ela pegou sua bolsa e fomos. Aliais ela estava muito bonita naquele momento, ela usava uma saia leve seus cabelos loiros soltos ao vento, usava um pequeno casaquinho e uma camisa de cor preta sem estampa.
Realmente fazia tempo que eu não saia com ela parecia que faziam anos já. Ela é uma pessoa muito boa sempre que ela chega tudo se anima, eu não consigo ser assim nem se eu quisesse.
Então ela disse. —Vamos ali, ali vendem uns açaís bem gostosos.
—Ok vamos lá então.
Então compramos os açaís e fomos andando pela rua que era espaçosa mas parecia deserta.
—Ei Lucky alguma vez você já quebrou o braço?
—Hã que raio de pergunta foi essa?
—Não responda uma pergunta com outra pergunta, responda a minha que talvez eu responda a sua.
—Bom uma vez eu quebrei sim, lembro que foram uns alunos mais velhos da escola que me bateram, mas faz tanto tempo que nem me lembro o porquê de ter apanhado, mas eles não queriam ter quebrado meu braço. Eles me empurraram em uma pequena rampa que tinha e eu cai de mau jeito. Agora por que a pergunta?
—Você quebraria um braço por mim? —Ela virou o rosto para mim enquanto andávamos e eu olhei para ela, seu rosto estava sujo de açaí no canto da boca.
Eu então parei de andar e ela parou também e eu então passei a mão no seu rosto que estava suja ela ficou vermelha.
—Eri eu não sei dizer se quebraria um braço por você, porque eu prefiro evitar isso, mas eu protegerei você contra o que for preciso. Não só hoje como amanhã e depois e sempre.
E depois de dizer isso tanto eu como ela ficamos vermelhos como tomates. E então cada uma pegou uma colherada de açaí e pôs na boca.
—Mas me responda minha pergunta.
—A muito tempo atrás quando eu era só uma garotinha indefesa meu cabelo era curto, minha bolsa era rosa e eu gostava de bolinhos, mas um Super herói me salvou.
—Tem certeza que você tá bem esse açaí não ta te fazendo bem não.
—Vou ignorar o que você disse. —Ela virou a cara para outro lado e ficou fazendo bico por um tempo até que ela abriu o olho direito e disse. —Se um dia você lembrar de mais alguma coisa sobre esse seu braço me fale.
—Tá okay?—Fiquei confuso com as perguntas dela e com essa história de heróis, acho que preciso refletir sobre isso mais tarde.
Então fomos embora e cada um seguiu seu caminho, mas antes de tudo, por mais estranho que possa parecer ela andou um pouco a frente e eu fiquei olhando e ela voltou correndo em minha direção e deu um pequeno pulo e então ela beijou minha testa.
—Pra quê isso tudo.
—Oras, todo herói precisa ser revigorado com o beijo de uma donzela.
Então ela se virou e começou a ir embora, mas em seu primeiro passo algo veio em minha mente e aqueles ombros e cabelos não me eram estranhos. Eu já os conhecia de muito tempo.
Eu sei o que ela quis dizer, mas não me lembro de ser um herói nem tão pouco de ajudar os outros eu sempre fui um covarde que sempre fugiu de tudo nessa vida. Algumas vezes eu realmente fiz o necessário, mas eu não sou um herói.
Sem dizer nenhuma palavra eu fui embora, andei até chegar em casa e mesmo depois de me deitar e ir dormir, o que ela me disse continuou ecoando em minha mente.
—Não posso simplesmente ignorar tudo o que ela me disse. —Dizia Lucky, com um tom de preocupado.
As coisas que Eri me falou me faziam continuar a pensar, será que eu já fui um herói ou algo do tipo, se eu fui provavelmente já faz muito tempo. Deixei de me importar muito com as pessoas e comecei a pensar mais em mim mesmo.
A noite passou, mas meus sonhos vieram me acordar e com palavras sinceras e leais, uma garota pequena e de cabelo curto loiro e de olhos azuis me disse. —Obrigado SR.Herói.
Me acordei imediatamente assustado, mas com uma saudade de um tempo que se foi. Acho que pensar sobre o passado me fez lembrar algo que eu havia me esquecido e que eu só fazia por instinto.
—Eu tenho que proteger e tentar sempre animar todos a minha volta a qualquer custo.


Continua-->    

Ola pessoal aqui estamos com mais um cap da obra. Espero que gostem, se gostarem curtam compartilhem. Agradeço desde já.