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Xázin de Ørégano
Xázin de Ørégano
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Ter maio 18, 2021 10:56 pm
MIDGARD, REGIÃO LITORÂNEA DO SUL.

Em uma região praieira no sul de Midgard, um jovem homem atravessava uma clareira e se dirigia para uma casa à sudeste de onde se encontrava.

Esse jovem homem era um humano de estatura média, algo em torno de um metro e setenta de altura. Seus longos cabelos ruivos batiam em seu ombro, sua barba era rala, o que lhe causava um sentimento de inexperiência, suas fundas olheiras davam uma leve expressão de cansaço.

Suas roupas estavam surradas e era perceptível que estavam molhadas. Uma grande capa marrom tampava seu braço esquerdo por inteiro e se estendia até a metade de suas costas e ia até o meio de sua panturrilha na perna esquerda.

Enquanto caminhava, alguns pássaros viam em sua direção e passavam cantando por ele, um até mesmo pousou em seu ombro direito e seguiu alguns instantes de viajem com ele.

Após alguns punhados de minutos de caminhada, ele se encontrava com uma grande casa de madeira em sua visão. A ampla casa de madeira era feita de carvalho escuro, suas janelas estavam fechadas, mas facilmente sobrepujavam uma criança humana comum no quesito tamanho.

Chegando na parte da frente, ele se deparou com uma descomunal porta de carvalho. Aquela porta facilmente daria dois dele e ainda sobraria espaço.

A porta tinha uma aparência velha, como se estivesse ali há algumas dezenas de anos. Ele, sem hesitação levantou sua mão e bateu algumas vezes na porta. Ela parecia que ia cair a qualquer momento assim que ele parasse de bater.

*BAM BAM BAM*

- QUEM É?! – Por detrás da velha porta, um grito ensurdecedor saía.

- Hymir, me deixe te acompanhar na pescaria dessa vez! – Enquanto ele terminava de falar, a porta lentamente se abria. De dentro da casa, sai um homem grande e robusto de mais de três metros de altura.

Sua expressão era fechada e ranzinza, desgosto era perceptível em seus olhos. – Garoto, já é a terceira vez que você vem em minha porta pela manhã e me faz esse pedido. Você não conhece a palavra “não”?

- Mas- Antes que ele pudesse terminar sua frase, Hymir o Interrompe e diz: - Sem mas. Eu já lhe disse que você apenas irá me atrapalhar. Tu é frágil, sentirá fome e frio a todo instante.

- Façamos assim: Se eu conseguir pescar absolutamente nada, eu desisto de vez e vou embora, mas se eu conseguir pescar algo ainda maior que você, então você me dará o seu caldeirão de hidromel. O que acha?– Ele se sentiu irritado pelas palavras de Hymir, tanto que um pouco de raiva era perceptível em seus olhos.

- Hmm... – Hymir ficou ali, parado, ponderando sobre a oferta que lhe foi dada por alguns poucos minutos antes de tomar sua decisão. – Certo, certo... Saiba que eu não garanto nada sobre o que pode acontecer com sua vida ou se você conseguirá voltar vivo.

- Irei pegar o barco, faça o que tiver que fazer e depois venha me encontrar na praia. – Disse Hymir enquanto caminhava em direção a parte de trás da casa e se distanciava.

Após Hymir sair de sua vista, ele se vira e vai em direção ao grupo de iaques dentro de um cercado, ele se aproxima e procura o maior do grupo. E ali está ele, um iaque de quase quatro metros de comprimento e com um e oitenta e cinco de altura.

Se aproximando devagar do iaque, ele sussurra algumas palavras. – ᛈᚨᚢ ᚾᚭ ᛍᚢ ᛑᛂ ᛩᚢᛂᛗ ᛏᚨ ᛚᛂᚾᛑᚭ . Assim que as palavras saem de sua boca, a cabeça do iaque violentamente desaba em suas mãos e o corpo tomba para o lado, mas logo depois o corpo do iaque começa a se desintegrar e desaparece por completo após alguns segundos.

Tirando sua capa e enrolando a cabeça do iaque nela, ele sai de dentro do cercado e vai andando em direção da praia para se encontrar com Hymir.

Chegando lá, ele viu Hymir sentado no barco e preparando suas iscas. – E então? Conseguiu uma boa isca? – Perguntou ele com um leve sorriso em seu rosto.

- Pode se dizer que eu peguei algo bem apetitoso. – Estendendo sua mão, ele mostra sua capa enrolada ao redor da cabeça do iaque.

- Ohh, eu vejo. Certo, e então? Vamos?

Ele então aumenta a velocidade dos seus passos e vai até o barco. Chegando lá, ele pegou os remos e remou velozmente em direção ao interior do oceano.

- Você rema bem, jovem. – Era perceptível um traço de surpresa na voz rouca de Hymir. – Para Alguém de sua espécie, você tem bastante força para remar por tanto tempo.

- Sua surpresa é algo gratificante para mim, afinal de contas foi você quem subestimou demais minhas capacidades e as julgou cedo demais.

- Certo, não pense que irei mudar minha opinião sobre o resto tão cedo. – Antes mesmo que Hymir se desse conta, eles já haviam passado algumas milhas do local exato de onde ele costuma pescar. – Aqui já é mais do que o suficiente, sugiro que pare de remar e se prepare para perder a nossa aposta.

- Não sonhe demais, velhinho. Porque eu, Véurr, estou aqui! – Véurr grita suas palavras enquanto começa a preparar sua linha de pesca.

- Pois bem, Véurr, que nossa pescaria renda frutos! – Hymir diz enquanto joga sua linha ao mar.

Após alguns poucos minutos se passarem, algo morde o anzol de Hymir. – Vejamos o que veio para mim hoje! – Ele abruptamente puxa sua linha de pesca e o que vê é nada menos do que um belo filhote de baleia.

- HAHAHAHAHAHA!! Garoto, essa já está no papo! – Trazendo o filhote até si, ele tira o anzol da boca e rapidamente abate o animal, e depois o coloca sobre seus ombros. – E então, o que está esperando?

Assim que Véurr termina de preparar sua linha, ele coloca a cabeça do iaque no anzol e joga ela ao mar. Antes que qualquer ação pudesse ser feita, a linha de pesca é puxada para dentro do mar com tanta força, que ele acaba batendo suas mãos no barco.

Para evitar ser puxado para o mar, ele coloca toda sua força em suas mãos e puxa a linha em direção a sua cabeça, mas o que ele não esperava era que seus esforços fossem inúteis.

Cada vez mais ele era puxado, até que ele então decide... Desativar toda e qualquer magia que ele estava usando até agora! Seus músculos então começam a se contrair e sua aparência muda por completo.

Sua barba antes quase inexistente agora ia até o centro do seu peitoral, seus cabelos se tornam tão vermelhos que se assemelham ao próprio fogo, seus olhos antes quase mortos aparentando exaustão então ficam vibrantes como se fossem a própria encarnação do relâmpago!!

Agora, ele puxa sua linha com tanta força, que seus pés atravessam o casco do barco e tocam a água do oceano, ele consegue trazer para a superfície a criatura que estava puxando a sua linha, mas... O que ele vê é a Jörmungandr, filha de Loki e a serpente do mundo!

- Nos encontramos mais uma vez, cobra imunda! – Gritou ele enquanto encarava a criatura. Ela não deu trégua e ainda continuou puxando a linha enquanto tentava submergir para dentro do oceano.

Hymir que até agora estava com o filhote de baleia em seus ombros, tinha uma mistura de descrença, pavor e surpresa em seu rosto. Ele então percebeu que o barco iria virar se aquela briga de cabo de guerra continuasse.

Véurr vendo a ousadia da cobra decide então puxar algo de trás das suas costas que estava escondido entre suas roupas, era o mjölnir! Empunhando aquele martelo, ele então dispara um punhado de raios em direção a cobra.

- Eu, Thor, irei selar o seu destino aqui e agora! – Esbravejou ele durante o tempo em que soltava aqueles poderosos raios em direção à ela.

Sendo atingida por aqueles raios, ela se desestabilizou e cedeu um pouco de força na linha, o que faz com que Thor puxe-a em sua direção! Puxando a linha com a sua mão direita e segurando seu martelo pronto para dar o ataque final com a mão esquerda, Thor estava pronto para desferir o ataque final e Jörmungandr estava apenas a alguns centímetros de distância, mas...

Hymir corta a linha com sua faca e a cobra então mergulha mais uma vez dentro d’água. Thor ainda tenta acerta-la e joga seu martelo na direção da cabeça dela, mas é inútil.

Furioso e com o mjölnir em mãos novamente, ele quase desfere um golpe em Hymir, mas ele então se lembra que ainda precisa do seu caldeirão.

- Argh, vamos embora daqui. – Dizia Thor enquanto pegava os remos do barco e se sentava pronto para começar a remar.

Sem expressar qualquer emoção, Hymir balançava sua cabeça em aprovação. Agora sentando e com o filhote de baleia atrás de si, ele neste instante tinha uma cara séria. – Por que você veio de tão longe, Thor? Para me visitar? Não creio que você seja alguém sentimentalista.

- Eu vim porquê preciso do seu caldeirão de hidromel. Sendo mais preciso, Aegir precisa dele para preparar hidromel o suficiente para todos os asgardianos. – Com serenidade em seu olhar, ele não parava de remar por um único instante.

Hymir agora estava com um rosto ainda mais sério que antes. – Entendo. Antes de te dar meu caldeirão, você deve provar para mim que é digno de tê-lo.

- Tudo bem, não vejo problemas com a sua condição. – Após terminarem sua conversa, eles então chegam em terra firme.

- Antes de tudo, irei preparar essa pequena baleia para que possamos comer. Eu não quero ter a fama de um péssimo anfitrião. – Disse ele enquanto pegava o filhote de dentro do barco e ia em direção à sua casa.

- Você sabe que eu não dispenso comida, então por mim está tudo bem fazermos essa pequena pausa em nossos planos. – Thor então pegou sua capa que misteriosamente estava completamente limpa e a colocou.

Após caminharem por alguns minutos, eles então chegam na casa e encontram a porta aberta.

Alcançando a entrada, ambos veem um homem alto e de cabelo curto. Sua barba era trançada, e seus olhos eram azuis. Em sua mão esquerda, ele segurava uma espada, enquanto na outra... Bem, ele não tinha outra. Vendo aquele homem, eles não possuíam quaisquer sombras de dúvidas sobre a identidade daquele homem. Com toda certeza ele era...

- Týr! – Bradou Thor em felicidade ao ver seu amigo. – Por que você veio? Pensei que você tivesse ido para Asgard junto com o pai.

- Eu fui, mas você demorou tanto que Óðinn me enviou para conferir se você realmente veio para cá. Além do mais, eu senti traços de magia do lado de fora da casa e resolvi entrar para ver se tinha alguém dentro. – Após falar com Thor, ele foi andando na direção de Hymir. – Já faz alguns invernos, faðir minn.

Hymir ficou encarando Týr por um tempo até que ele se lembra do filhote de baleia. – Vocês podem conversar por enquanto. Eu irei preparar a comida, Thor.

Týr e Thor se sentam ao redor da mesa e ficam conversando por um breve momento.

- Você esperou pacientemente por três dias?! Não sabia que você conseguia ser paciente por tanto tempo assim, Thor. – Um tom zombeteiro era perceptível em sua voz.

- Ahem. Isso é tudo que eu posso oferecer por enquanto. – Hymir tranquilamente colocava os pratos com fatias de carne de baleia na mesa. Juntamente com aquela carne, ele também colocou algumas especiarias feitas a partir de iaque, carneiro e javali.

- Ah! Isso será suficiente, eu garanto! – Thor instantaneamente pegava o prato com a carne de baleia em suas mãos.

E assim foi acontecendo até que não sobrasse mais nada na mesa. Thor fazia jus à sua fama de glutão.

- Você se acha muito poderoso não é, Óðinnsson? Se você conseguir quebrar minha caneca mágica, eu deixarei você levar consigo meu caldeirão. – Com um sorriso orgulhoso em seu rosto, Hymir tranquilamente colocou sua caneca em cima da mesa.

Thor então agarrou a caneca que ali estava e bateu com toda sua força contra a parede. A parede caiu, mas a caneca continuou intacta e sem qualquer arranhão.

- HAHAHAHAHA! – O gigante gargalhava com a pífia tentativa de Thor.

Foi então que Týr finalmente disse algo. – Esqueça, Thor. Meu pai é um cabeça dura, ele nunca irá nos emprestar seu caldeirão.

- Cabeça dura, hum... – Pensou Thor. Por consequência, ele golpeou a cabeça de Hymir com a caneca. O recipiente mágico logo se espatifou enquanto caia no chão.

Ainda tonto pelo golpe, ele esbravejou: – Saiam já de dentro da minha casa e levem junto este maldito caldeirão!

Agora com o caldeirão do gigante em mãos, Thor e Týr iam andando em direção ao palácio de Aegir para que eles pudessem enfim se deleitar em seu aclamado hidromel.

Mas Thor ainda não conseguia se esquecer do seu encontro com Jörmungandr. – Sabe Týr, eu ainda não te contei, mas na pescaria de hoje com seu pai, eu consegui fisgar a criatura filha de Loki.

- Você o quê?! Como você não me disse isso antes?

- Bom, isso não importa. O que realmente importa é que um dia eu irei dar um fim definitivo nesta criatura repugnante. – Sem dar qualquer abertura para que seu amigo falasse algo, ele continuou gritando.

- Eu, Thor, filho de Óðinn, Deus dos trovões e das batalhas prometo à ti que um dia, mesmo que custe minha vida, eu darei um fim a vida de Jörmungandr, filha de Loki e serpente de Midgard! Essa é uma promessa, Týr!
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